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sábado, 16 de agosto de 2025

No consenso da sugestão 


Falo de mim me escondendo as emoções

Ego me centro, por sugestão de necessidade. 

No conforto de meu desconforto 

Consinto a imposição, como uma invasão.


Cascais, 2022

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

 Nick Cave on the antidote to our helplessness


We live between the scale of gluons and the scale of galaxies, incapable of touching either, irrelevant to the fate of both. Forged of the dust of dying stars, we move through a universe of impartial laws with our dreams and desires, passionate pawns in the hands of grand-master chance, daily watching the world spin counter to our wishes, daily watching ourselves bend against our own will.

How, against the backdrop of this cosmic helplessness, can we muster the sense of agency necessary for conducting our human lives, much less fill them with the majesty of meaning?


Published on the blog: The Marginalian by Maria Popova 


Tradução do Google:


Nick Cave sobre o antídoto para o nosso desamparo


Vivemos entre a escala dos gluões e a escala das galáxias, incapazes de tocar em qualquer uma delas, irrelevantes para o destino de ambas. Forjados da poeira de estrelas moribundas, movemo-nos por um universo de leis imparciais com os nossos sonhos e desejos, peões apaixonados nas mãos do grande mestre do acaso, observando diariamente o mundo girar contra os nossos desejos, observando diariamente a nós mesmos curvarmo-nos contra a nossa própria vontade.

Como podemos, perante este desamparo cósmico, reunir o sentido de agência necessário para conduzir as nossas vidas humanas, e muito menos para as preencher com a majestade do significado?


Publicado no blogue: The Marginalian, de Maria Popova

quinta-feira, 15 de maio de 2025

 Cedência 

Sinto dor.
Imensa dor.
Cedência.
Como se em cada gesto involuntário,
desistisse de ser.

Dormência.
Pre-demência.
Do tempo que lento da consciência.

De ser isto que sou,
que carrego.
A dependência de meu ego
E cedo.

E na cedência,
me esqueço.
Ou talvez, enfim,
me reconheça.


2025, Cascais

quarta-feira, 2 de abril de 2025

 “Eu desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal”

Millor Fernandes 

CRENÇAS ESOTÉRICAS

Na minha perspetiva, nós somos apenas energia que se materializa. Tudo aquilo de que temos perceção — seja visual, auditiva ou de qualquer outra forma — neste cosmos, segue a mesma lógica: são energias que se manifestaram de maneira tangível. No entanto, existem inúmeras energias que não conseguimos detetar, ou cuja existência reconhecemos sem, no entanto, as conseguirmos ver ou ouvir. Isto define os limites do nosso conhecimento e evidencia a nossa limitação enquanto seres humanos.

Para mim, as chamadas ciências esotéricas são apenas mais uma ferramenta que o ser humano criou para se sentir o centro do universo. São uma construção da nossa mente, fruto da nossa imaginação e da nossa imensa criatividade. No fundo, tudo isto existe porque não conseguimos aceitar que a realidade possa ser apenas aquilo que é, sem significados ocultos ou dimensões superiores.

O conceito de um lugar onde todas as almas vivem em estado de amor incondicional, mas que, por algum motivo, precisam de reencarnar na Terra para sofrer e evoluir, não faz qualquer sentido. Se esse estado de plenitude realmente existisse, porque haveria necessidade de o abandonar?

Vejo estas crenças como uma forma de alienação mental, repletas de folclore sobre o papel de cada um no universo, sobre estar ou não no "caminho certo". Na essência, não diferem em nada das religiões tradicionais. Servem apenas como uma justificação para aceitar o sofrimento e os defeitos humanos, funcionando como uma injeção de positivismo que, no fim de contas, não passa de mais um mecanismo de alienação. Mais uma forma de Homo-centrismo.


Cascais, 14 de Dezembro de 2024

terça-feira, 26 de novembro de 2024

 "Deus não precisa do homem para nada, excepto para ser deus. Cada homem que morre é uma morte de deus. E quando o último homem morrer, deus não ressuscitará."

José Saramago

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Tudo o que pousa, não se eterniza pousado

Muda, mexe, voa e se tranforma.

À eternidade, se limita a memória

E mesmo ai, por vezes eternamente se perde.


Tudo é vago, tudo é importante.

Ser novo, que seja a constante 

E existir, 

Um amor de constante incerteza.


O nó que nos une, o Amor eterno