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terça-feira, 22 de junho de 2021

 Character Driven vs Plot Driven


Pus me a pensar, mediante a enorme maioria dos projectos a que estou ligado na ficção audiovisual, o  porque dessa maioria das histórias não terem a cultura de personagens fora do normal e de ser a narrativa convencional do cotidiano a forma primordial de contar histórias.

Sou assumidamente um fâ de histórias que narram um personagem completamente fora do normal, tipicamente diferente do comum dos normais, que justifique ser mostrado ao publico pela sua excentricidade ou maneira peculiar de ver o mundo.

Entendo que há espaço para ambos, a narrativa do cotidiano, onde as pessoas se revem ou ambicionam se rever nas personagens e este tipo que mais me atrai, aquilo a que os anglo saxoes chamam de “Character Driven”

É mais complexo que isso, pois a teoria à volta de escrita de histórias divide um guião em duas formas, o Character Driven e o Plot Driven. Podem e devem se misturar, mas a essência é diferente, um narra factos onde os personagens até podem ser alterados, e o outro narra a odisseia de um personagem, onde os factos podem ser alterados.

A conclusão a que eu cheguei, é que é muito mais simples e directo de assimilar e de identificar-se com uma história à volta de factos (e quanto mais mundanos, melhor) do que a mais complexa luta e procura do entendimento de si de um só personagem e seus conflitos.

Ponho me a indagar se é uma característica cultural do cinema português, de ser mais corriqueiro e menos invasor.

Sei que existem histórias e já fiz filmes onde se mostra personagens “fora do baralho” (O Barão, A Confissão de Lucio…), mas escritas de raiz, não adaptados da literatura, de pouco me lembro.


Cascais 2021

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